segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O meu ultimo ano de escola (2ª parte)

Na primeira parte deste post confesso que fui um pouco negativo mas tinha que dizer o que senti ao ficar sozinho e ao ver os meus colegas todos juntos excepto eu.
Mas nesta segunda parte vou ser mais positivo, até porque também houve coisas positivas no meu último ano escolar.

Uma delas foi o convívio que eu tive dentro da sala de aula. Além de eu achar que eles não me ligavam nada, foram sempre uns bons colegas de turma, quase sempre entrei na onda deles, na palhaçada e tudo mais.
Confesso que vou ter saudades e sentir falta deles como eram dentro da sala de aula e por vezes fora dela.
As disciplinas que gostava mais era de design e área de integração, não por a disciplina em si mas pelo que fazíamos lá dentro. Em design fazíamos praticamente o que queríamos, não fazíamos nada ou então estávamos sempre na galhofa, eu a meter-me com a Márcia e vice-versa, a levar pancada da Viviana, a colar-me ao grupo do Romeu para trabalhar e ele a mandar-me embora na brincadeira… foram bons momentos que passei naquela aula.
Em área de integração era um pouco diferente mas divertido até porque tinha outra interacção com a professora. Eles a queimarem-me porque não passava a matéria, eu a meter-me com a professora ou eu e o Amaral a copiar um e o outro os testes.
Nas outras disciplinas também era um pouco assim. Não me esqueço dos panics que a Márcia trazia-me da rua e roubava-me o troco para comprar chupas para ela e eu fica furioso mas na brinca pois ele merecia. Nas aulas a jogarmos Tetris uns contra os outros e eles a gozarem-me porque eu ficava sempre em ultimo… Tudo isto foram bons momentos que nunca esquecerei e vou sentir falta.

Como não podia deixar de ser vou falar no tema “miúdas”, curiosamente não “liguei” muito a miúdas ou a possíveis namoros ou qualquer coisa do género. Não sei se foi por causa de eu ter crescido e me mentalizado que não valia a pena fazer nada pois era deficiente, ou por causa do “trauma” que apanhei com a anterior miúda ou simplesmente por falta de confiança.
Claro que tive uma ou outra “debaixo de olho”. Uma delas cheguei a falar com ela e ao longo do tempo em que fomos falando eu senti que poderia ter sorte ou não. Até cheguei a ir a uma festa da terra dela só para a ver. Mas cheguei à conclusão que era um misto de ilusão e confusão da minha parte que senti… ela sabe do que estou a falar.
Depois dessa “história”, não arrisquei com mais nenhuma, embora houvesse lá miúdas que gostava de conhecer.
Sempre esteve lá a rapariga que eu gostava de ser mais do que amigo para ela, (não me estou a referir à Daniela), mas não fiz nada, pelo simples facto de falta de confiança, vi-a com outros rapazes e pensava para mim, “para quê que eu ia fazer alguma coisa se ela tem rapazes atrás dela e eu sou apenas um gajo deficiente”. Alem de ser minha amiga e perceber-me como quase ninguém. Só me lembro que quando a vi-a pensava para mim: “Eras um sonho”.

Á pouco referi a minha professora de área de integração, neste post vou falar sobre os professores que tive.
Houve vezes que a minha opinião sobre os professores era diferente dos meus colegas mas isto nunca disse a ninguém.
Começo pela minha directora de turma, nunca disse a ninguém mas eu só tive uma directora de turma a serio, foi a do 10º ano, porque os dois últimos anos foi a mesma e sinceramente não gostei dela como directora de turma, pois quase que não falava comigo e senti que não me deu o apoio necessário como tal e já nem falo como professora…
Uma professora que eu gostei de ter e não me importava de ter sido a directora de turma, foi a professora de português, essa sim, punha-me à vontade para falar com ela sobre o que precisasse e além disso gostei do método que ela dava aulas, embora a turma a certa altura se revoltasse com ela, eu mantive-me calado e até achei que fomos injustos com ela.
Outra professora que admirei foi a de área de integração, pois ao longo do tempo foi-me percebendo, brincando, interagindo comigo, até que foi a primeira professora naquela escola a dar-me uma nota de oralidade e participação!
Tive pena de não encontrar mais nenhum professor de boccia como o que eu tive no 10º ano, esse sim era 5 estrelas pois vinha de lidar com pessoas como eu e sabia bem o que eu era, para o fim já éramos mais amigos do que outra coisa, ate tratávamos por tu.
O ano que passou tive duas professoras de boccia, ou faz de conta, fiquei com pena de não ficar com a primeira professora durante o ano todo, pois essa sabia mais ou menos o que era boccia, e acredito que se tivéssemos juntos mais tempo podia ter uma relação com ela parecida com que eu tive com o professor. A outra que veio… enfim não percebia nada daquilo e treinava-me com sabia… a fazer jogos.

Fora do contexto da turma e das miúdas, também tive episódios e pessoas que me marcaram no último ano em que tive na escola.
Falo principalmente das contínuas, que não só no último ano como também nos outros anos que estive na escola Soares Basto ajudaram-me muito e apoiaram-me. Não posso deixar de destacar a D. Clara em que desde de o princípio que eu fui para lá, foi ela que “cuidou” de mim pois foi ela que foi comigo sempre à casa de banho em que se teve da habituar a mim, foi ela que me deu o almoço em que me obrigou a comer tudo, quase como um bebé mas isso não levo a mal. O Sr. Joaquim também gostei muito da companhia dele pois sempre que me via vinha sempre falar comigo sobre miúdas, a meter-se comigo. E o resto do pessoal sempre foi muito solidário comigo, já me percebiam quase sem eu chegar ao pé deles, ou para abrir o elevador, ou o portão para eu sair sozinho.
Também foi o ano em que faltei mais às aulas, por uma causa nobre na minha maneira de dizer. Pois faltei a aulas para ir lanchar com amigas minhas e por fim consegui ir lanchar só com uma amiga minha em que era esse o meu objectivo, lanchar só com uma amiga e não com mais que uma pois normalmente têm medo de estarem comigo sozinhas. Faltei a essas aulas com muito orgulho, não só porque ia lanchar com uma amiga mas também porque faltei a aulas com a minha directora de turma, sem medo nenhum de ir acusar à minha mãe. Fiquei mesmo orgulhoso, infelizmente durou pouco tempo…
Também no tema “fora da turma”, houve um episódio que era escusado mas que gostei. Ao longo do tempo que andei na escola infelizmente não tive nenhuma “cena de pancada”, pelos motivos que estão à vista. Mas neste ultimo ano, dei um murro ou um “murrinho” a um puto, pois andava sempre a gozar comigo, a assustar-me de propósito, e, então um dia apanhei-o a jeito e mandei-lhe um murro mas como disse foi só um murrinho porque não calhou bem pois só foi um encosto praticamente, mas ainda hoje estou arrependido… de não lhe mandar nas partes de baixo pois ficava mais a jeito e era mais de força.

Antes de acabar quero falar sobre uma coisa negativa que eu fiz.
Naquela altura em que ficava mesmo sozinho, sem ninguém, não estava a aguentar mais e escrevi uma frase em forma de desabafo no facebook, essa frase não caiu bem nos meus colegas até que ficaram magoados comigo com alguma razão, embora também tivesse alguma razão no que disse. Felizmente ao passar o tempo, os meus colegas foram-me perdoando. Menos um, que desde daí nunca mais falou comigo. Queria pedir desculpa aos meus colegas pelo meu acto, mas principalmente ao Mário que deixou de falar comigo e ele era um dos meus maiores amigos na escola. Do fundo do meu coração peço-te desculpa Mário!

E pronto, foi assim os meus três anos na escola Soares Basto. Deu para tudo, para aprender como é a vida, para ver como escolher amigos, passei momentos bons e menos bons e acima de tudo acho que ganhei muita experiencia de vida.

No próximo post vou escrever sobre a experiencia que tive e ganhei no estágio que fiz durante este ano escola que acabei de falar.

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