terça-feira, 10 de agosto de 2010

ESSB - constraste (2a parte)

Pelos vistos o meu post já fez efeitos, algumas reacções.
Uma pessoa pode-se enganar como as outras e eu não fujo à regra, de certeza que me enganei sobre alguma coisa, escrevi e escrevo o que penso. E vou manter sempre a minha opinião quer esteja certa ou errada.
Uma coisa é certa, para me virem criticar (e sempre disse que há criticas boas e más), é porque alguma coisa bateu certo ou como se costuma dizer “a carapuça serviu”.

Disse que vivi cenas que nunca imaginei viver.
Uma delas foi conhecer o extremo da solidão.
Nas férias da Páscoa tive que ir para a escola repor aulas, e, já sabia o quê que ia acontecer. Ainda por cima nas férias, que não estava lá quase ninguém, nem a turma do meu primo, perguntava-me como seria nas horas de almoço.
Um dia tivemos 90 minutos para comer e por acaso nesse dia comi antes dos meus colegas, então esperei por eles. Terminaram de comer e já estavam a falar para onde ir, eu não disse nada, até com ‘medo’ do que eles me poderiam dizer, esperei, estávamos todos juntos e então começaram-se a deslocar para a porta e eu acompanhei-los sem dizer nada, até que começaram a descer a escadas sem me dizerem nada, eu perguntei a um colega meu que ainda me percebia se ia ficar sozinho, ele foi lá a baixo perguntar como era comigo, quase que ninguém falou ou então diziam “não sei”. E eu a ver de cá de cima e eles a irem lentamente sem me dizerem nada. Fiquei sem saber o que fazer, desolado por não ter ido com a minha turma. Foi até ao campo e ninguém estava lá depois foi ao bufete e também não estava ninguém, voltei ao campo e no meu pensamento só estavam os meus colegas a irem todos juntos e contentes, e eu lá completamente sozinho. Senti-me mesmo desprezado, sozinho. Não aguentei mais e liguei para me virem buscar, faltei de tarde e ninguém perguntou onde é que eu estava, nem souberam porquê que eu faltei. Só uma pessoa é que soube.
Não vale a pena falar mais deste tipo de experiencias que eu tive. Se quisesse falava da visita de estudo à universidade de Aveiro, em que vi que realmente as minhas colegas são minhas amigas… e etc…

Quem regeu a meu post disse que eu só me lembro das coisa más e não das boas. Posso parecer muito maldoso mas não me esqueço desses momentos tão especiais e importantes para mim. Por isso também quero partilhá-los.
Realmente dos meus colegas todos que foram ´mais’ meus amigos, foram as raparigas. Elas deram-me o lanche, e o mais importante para mim, fizeram-me companhia, muitas vezes abdicaram de irem juntos com os outros para ficarem comigo. Elas fizeram-me rir e sorrir.
Na sala de aula sou como os outros, também me distraio, converso, outras vezes não faço nada. Foi muitas vezes chamado à atenção por estar na conversa com os meus colegas, pois ia para a beira deles, conversar, fazer ‘asneiras’, até chegámos a inventar desculpas, que eu precisava de ir à casa de banho com alguém para irmos comer chocolates, ou para ir ter com alguém e até para ir ver futebol.
Por falar em casa de banho, eu este ano vi um gesto de um colega meu simplesmente, se calhar, surpreendente e bonito. Não tenho vergonha de dizer que este ano houve um dia que eu estava à rasca para ir fazer necessidades físicas, e, não é qualquer um que é capaz de ir comigo fazer essas necessidades (e falo por experiencia própria), mas um colega meu foi comigo, não teve nojo nem preconceito, isso para mim foi um gesto de ajuda quase único porque como referi não é qualquer um que faz o que ele fez.
Até ao 9º ano tive sempre a mesma turma, depois tive outra no meu segundo 9º ano e ainda tive mais outra turma na Ferreira ate ter esta. Acho que em nenhuma destas que referi que não tive nenhuns momentos como tenho tido nesta.
Estou a falar do almoço em que fomos almoçar fora, a um restaurante. Foi no final do período em que combinamos ir comer picanha.
Entre outras situações que não me esqueço e guardo para mim com muita saudade.

Sabem ou imaginam qual é objectivo que eu não cumpri?
É certo que o objectivo principal é tirar o 12º ano, mas tinha outro objectivo secundário que era quase tão importante para mim como o objectivo principal.
O ano passado disse que uma das razões pela qual foi para a Soares Basto era estar lá a miúda que eu amava. Desde que a conheci nunca perdi a esperança de namorar com ela, ter o meu primeiro beijou com ela…etc.
Na verdade quase 90% de eu ter ido para a escola foi por causa dela. Até eu não ter ido para escola não tinha oportunidades de estar com ela, e então pensei que se fosse para a escola podia estar mais com ela e sucessivamente ter algo mais…
Se o ano passado não tive nenhuma ‘vitória’ nesse campo, este ano muito menos.
Ainda tentei varias vezes, ao dizer-lhe o que sentia, mas nada, sempre com um namorado. Tivemos sem falar uns tempos mas eu não conseguia estar muito tempo assim, voltamos a falar, e então como era costume quando ela acabava com um namorado eu ‘atacava’ mais, e este ano não foi diferente. Quando acabou com um, eu comecei a falar com ela de um modo diferente, como era em antes e como sempre ganhei um ‘esperançazinha’ mas logo de seguida já tinha outro debaixo de olho, ou que já tinha curtido ou alguma coisa assim do género. E eu sempre para baixo, cheguei a perguntar-me porquê que eu ainda insistia.
Um dia, quando ela já tinha outro namorado mas que nós dávamos bem, falamos num assunto. E surgiu uma possibilidade para ela me fazer uma coisa, ela pode não acreditar mas para mim era a coisa mais bela que ela me podia dar. Infelizmente eu fui estúpido, apressei desmaiado as coisas, fiz muita pressão sobre esse assunto… e ela não me deu nada, se tivesse dado, podiam querer que eu dizia, objectivo cumprido, mesmo sem namorar com ela ou sem ela me dar um beijo, que era o meu primeiro…
Objectivo não cumprido pois ela já acabou a escola. Sonho acabado.

Como sou rapaz tenho de conhecer, falar, estar com miúdas. Este ano conheci algumas, falei com elas, estive com elas, até posso dizer que ‘sonhei’ com elas para ter o meu primeiro namoro.
Uma que conheci, não queria namorar com ela, queria curtir. Como só este ano começamos a conhecer, ela fazia perguntas sobre mim e eu sobre ela, falámos de varias coisas. Uma dessas coisas foi a possibilidade de nós curtirmos, disse-lhe que tinha ideias para as nossas ‘brincadeiras’, ela até achou piada mas infelizmente não houve nada. Lembro-me que no ultimo dia de aulas do primeiro período ter esperado por ela a tarde inteira(ela não sabe disto), para ela me dar a prenda de natal que eu lhe pedi, mas infelizmente não me deu. Mas uma vez o preconceito falou mais alto. Mas fiquei algo orgulhoso por ter esperado por uma miúda uma tarde inteira e vir ter comigo…. Faltou o resto…

Apareceu uma espécie de remédio para a Daniela. Conheci ou re-conheci uma miúda que deu-me forças para esquecer a miúda da minha vida.
Essa sim acredito que era ou é a mulher ideal para mim. Declarei-me a ela mas não deu muito resultado, foi a rapariga mais difícil que conheci até hoje.
Sabia mesmo como é que eu era, tratava-me como qualquer outro gajo normal. Lembro-me de querer declarar-me a ela pessoalmente, coisa que nunca foi capaz de fazer.
Gostava que fosse outro caminho, pois ela dava-me segurança, confiança, tudo.

Foi um ano de altos e baixos, estive para desistir da escola, cada vez gosto menos das aulas, de estudar.
Ficar totalmente posto de lado não fazia parte dos meus planos e talvez por causa disso é que os estudos foram o que foram e etc.
Tive amigos fora da minha turma que nunca mais vou os esquecer, é pena que já acabaram os estudos.
Tenho amigos na minha turma(todos), uma turma unida que é ideal para mim, só tenho de agradecer pelo o que fizeram por mim, e, lamentar o que na minha opinião fizeram de mal.
Não tive o que eu queria, poder namorar, principalmente com a miúda que me fez sonhar tantas vezes, que me fez voltar à escola para estar junto dela.
Entre outras coisas……

Peço desculpa se tive uma opinião diferente da verdadeira mas é a minha opinião e não vou mudar.

Se quiserem critiquem, dêem a vossa opinião, digam-me para escreve sobre um assunto que não falei e gostavam que eu falasse… etc

A vida de um deficiente numa escola é assim.

domingo, 1 de agosto de 2010

ESSB - constraste (1a parte)

A semelhança do que aconteceu o ano passado, vou escrever sobre a escola, sobre o ano lectivo que passou, sobre o aconteceu e etc…

Vou ironizar e vou-vos pedir para encontrar as diferenças, como um jogo.

Vou só referir duas coisas antes de começar e escrever:

- o meu maior objectivo ou desejo não foi cumprido

- entre várias coisas que aprendi, uma delas foi que as escadas é que escolhem amigos e não eu.

Este ano foi o contraste do ano passado, passei situações que não imaginei passar, vivi cenas desagradáveis.

No princípio do ano ia mais seguro do que o ano passado, pois a minha turma era a mesma, já conhecia a escola, o pessoal e o pessoal conhecia-me a mim.Quando iniciou a escola eu até estava com alguma vontade de rever os meus amigos, pois alguns não tinha visto desde que acabou a escola.

O ano até começou bem, e tudo levou-me a pensar que ia ser como o ano anterior ou melhor.Comecei a conhecer colegas além dos da minha. Destaco uma pessoa que comecei a conhecer melhor, a Beta.

A Betinha começava-se a aperceber-se que eu era um rapaz normal porque a melhor amiga dela era a Márcia e via as nossas brincadeiras, as nossas maluquices e começou-se a meter, e, para suprema minha a Betinha pediu-lhe o meu número, já que tenho de sempre a tomar a iniciativa.

Falamos muito e eu expliquei-lhe como é que era e então aí, para ela foi mesmo um rapaz normal, mandava-me mensagens que eu já não habituado, surpreendia-me cada vez mais, foi uma miúda mesmo 5 estrelas.

À media que o ano ia avançando comecei a sentir que os colegas(alguns) da minha turma não eram os mesmo do ano passado.Um pouco em comparação com os meus amigos de infância que vivemos todos perto, reparei num comportamento dos da minha turma parecido com o dos meus amigos. Digamos que um elemento por vezes consegue influenciar outra para que entrem na onda dele, para ser “igual” a ele, um pouco assim.

Achava-se o maior e os outros começaram a ”ir” com ele, fazer o que ele fazia. Por causa dele fiquei desiludido com uma pessoa, pois nunca pensei em uma pessoa mudar tão radicalmente como ele mudou.

O ano passado disse que nas horas de almoço ia com eles tomar café, andar com eles e tudo mais, este ano foi totalmente diferente. Nas horas de almoço a maior parte do tempo fiquei sozinho, ou com alguém mas que não me entendia bem… diziam que o café tinha escadas, eu aceito isso perfeitamente, mas também foi por causa do tal elemento que influenciou outros elementos.

Disse que eles diziam que o café tinha escadas.

Não posso de deixar de falar da turma meu primo. Pois esses é que foram os que me deram mais apoio. Dava-me super com eles. Cada vez melhor.

Por vezes cheguei a estar com eles nos intervalos na vez de estar com a minha turma(até porque não dava) e até a assistir às aulas deles na minha hora de almoço, pois não tinha com quem estar.

Eu só tinha uma hora de almoço compatível com eles, nesse tempo almoçávamos e iamos sair, tomar café, a um café com escadas e com muitas mais do que tinha o café que os da minha turma iam, levavam-me às costas ou eu ia caminhar.

Houve um dia que disse que não queria porque dava muito trabalho, e eles obrigaram-me a ir e disseram que não dava trabalho nenhum.

Um dia em que fomos tomar café ao café com escadas, os meus colegas estavam lá. Senti-me desprezado por eles, triste, e ate envergonhado por ter uns colegas assim. Um amigo meu chamou um colega meu e perguntou-lhe porquê que não me levaram e ele quase que nem respondeu.Cheguei á sala de aula e foi como não se tinha passado nada.

Mas não foram só eles que me fizeram sentir acompanhado. A Cátia foi como um suporte para mim quando estava sozinho.Essa sim, não mudou nada para pior.

E até talvez por estar de fora sentiu o mesmo que eu e chegamos a falar sobre isso.

Acho que estive mais tempo com ela do que minha turma. A maior parte do tempo do almoço, passei com ela. A Cátia fez de tudo para eu não me sentir sozinho. Passamos momentos divertidos nas horas de almoço, fazíamos tudo e mais alguma coisa.

Sobre a Cátia não tenho muito para falar porque realmente ela é uma amiga para tudo….

Continua…….