segunda-feira, 27 de julho de 2009

Um amor, um sonho quase realizado (parte 1)

Hoje vou falar de um tema que é difícil para os deficientes, o amor, o amor na adoslecência.
Mas principalmente vou escrever sobre a experîência que eu tive, ou do meu primeiro verdadeiro amor, quem sabe, o único.

Como eu disse, nos torneios de boccia em que eu foi, vi lá muitos deficientes novos, como eu já foi. Era um rapaz como todos os outros, gostava muitos de miúdas, na minha inocência dizia que tinha várias namoradas... Enfim, como era tão simples...

A adoslecência nos deficientes é difícil (apenas estou a falar como experiência própria). A minha está a ser muito difícil, pois eu sempre «gostei» de miúdas», quando era pequenito ainda me lembro de ver raparigas a passar com o meu pai e «discutir» sobre elas com ele... bonitos tempos.

O que não são bons tempos, foi e é a minha adoslecência. Pois também gostava de ser como os rapazes normais, «curtir» com miúdas, «comer» miúdas e etc, mas não sou como esses rapazes normais, sou deficiente motor, há muito preconceito ou talvez medo... não sei.

Felizmente mais do que infelizmente, tive o meu primeiro amor, verdadeiro, foi uma altura em que tive realmente feliz, mas também tive momentos que tive também infeliz.
Apaixonei-me realmente a sério, não sei se foi apenas um amor de adoslecente ou algo mais.

Tinha eu 15 anos, conheci uma miúda, como eu sempre quis ter, bonita, não sei explicar, era a miúda dos meus sonhos, senti que ela tinha o que queria numa rapariga.

Nunca mais me esqueço, foi num aniversário que eu realmente foi «atingido». Já a conhecia antes e achava a piada, mas essa noite foi, como que um click, estava sempre a olhar para ela, não sei o que me deu.

A partir dessa noite eu não parava de pensar nela, por isso, não descansei enquanto não tive o número dela. Finalmente consegui. Lembro-me como fosse hoje, o momento que mandei-lhe a primeira mensagem, não sei o que senti verdadeiramente.

Nessa altura com 15 anos já sabia o quanto era difícil de uma rapariga olhar para mim. Por isso nas primeiras mensagens não disse quem eu era, pois tinha medo da reacção dela. Comecei por dizer que era um admirador secreto dela. Ao fim de muitas mensagens trocadas disse-lhe quem eu era. A forma que eu disse que era eu, foi numa frase: «se eu fosse deficiente motor, o que é que fazias?» - mais ou menos assim, ela ficou logo a saber que era eu.

Nos primeiros tempo foi difícil conquistar a amizade e a «confiança» dela, pois nunca tinha imaginado que um deficiente gostasse dela, tentou de tudo para nos afastarmos, mas supreendentemente eu consegui vencer essas batalhas todas.

Depois de já uns tempos de nos conhecermos, eu vivi coisas que não pensei em viver enquanto um deficiente, e, sinceramente não sabia que havia essas «coisas», como por exemplo, ficar até à uma da manhã a falar ao telemóvel com uma miúda, ou ouvir e dizer coisas, «fofinho», «princesa», «vou sonhar contigo»... etc. Enfim era tão inocente...

Mas ela ensinou-me a ser um «homem» a sério, com ela fiz quase tudo.....

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